ACTIVIDADE ECONÓMICA

(In "Portugal Antigo e Moderno", de Pinho Leal, Vol 11)

Tem a Vila 2 feiras antiquíssimas, já indicadas na Chorographia Portugueza.

Uma no dia 8 de maio, outra no dia 29 de setembro, denominadas feiras de S. Miguel, e se fazem no campo do mesmo nome, ou da lagoa.

Também já teve mercado diário importante de quanto produziam as terras da comarca (então era Trancoso e antecedentemente foi Pinhel) sendo contínuos os carretões de pão, vinho, castanhas, melões, cerejas, uvas e outras frutas no tempo, diz a Hist. Eccl. de Lamego.

Fazia-se o dito mercado na Praça, mas suspendeu-se há muito. Não sabemos quando nem porque; foi, porém, restabelecido depois que principiou no termo desta paróquia a construção da linha férrea do Douro. É outra vez diário, e de 15 em 15 dias mais importante.

Há nesta Vila 5 indústrias principais: a dos carretões e vendilhões de diversos géneros, as do fabrico de cordas, calçado e carros para bois e a da preparação do sumagre.

As cordoarias desta Vila foram muito importantes no tempo do Marquês de Pombal, pois este ministro, para libertar o nosso país das grandes somas que pagava aos países estrangeiros, nomeadamente â Rússia, pelas cordas para a nossa marinha de guerra e mercante, vendo que o fértil torrão da Vilariça, distante desta Vila apenas 12 quilómetros, produzia belo cânhamo, criou no Porto, em Moncorvo e aqui grandes cordoarias.

(Veja-se neste volume o artigo Victoria, freguesia do Porto, nomeadamente a página 594.)

Gozam de justa fama os carros que aqui se construem. Denominam-se carros de varas e são feitos de negrilho (ulmus campestris).

(Para evitarmos repetições veja-se o mesmo artigo Victoria, pag. 595, col. 2ª)

Houve aqui outrora importantes curtumes de couros. Fizeram-se fortunas com aquela indústria, mas desapareceu, há muito. É, porém, ainda importante aqui uma indústria congénere, a dos fabricantes de calçado e de couros para arreios de cavalgaduras e apeiro dos bois. Da preparação do sumagre faltaremos adiante.

No último ano económico pagou este concelho:

Contribuição predial                  6.994$049

Contribuição industrial              2.438$707

Sumptuária e renda de casas..    840$594

Décima de juros                            630$000

Dos 40 maiores contribuintes deste concelho hoje, pertencem a Vila Nova os 11 seguintes:

Padre José Maria d'Almeida, Dr. Júlio António Luna de Moura, Comendador Eduardo de Campos Henriques, António Joaquim Ferreira, Cipriano António Saraiva, Padre José Joaquim Pereira de Sousa, José Júlio Ferreira Margarido, José Pedro Saraiva, Joaquim Manuel de Sousa, José Marçal Chiote e João António Martinho de Andrade.

Os actuais vereadores deste concelho são:  Dr. Júlio António de Luna e Moura, presidente, João António Moutinho de Andrade, Júlio Ferreira Margarido, José Costa, Manuel Joaquim d'Albuquerque, Augusto Aranda, José de Campos e José Felisberto de Vasconcelos.

Os 3 maiores proprietários de Vila Nova de Foz Côa na actualidade são: D. Antónia Rachel Pereira, o comendador Eduardo de Campos Henriques e António Joaquim Ferreira 

A estação do Pocinho dista da barca deste nome apenas 35 metros para leste.


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