AS FESTIVIDADES

(In "Portugal Antigo e Moderno", de Pinho Leal, Vol 11)

As festividades religiosas principais que hoje aqui se celebram são as de endoenças, a de Corpus Christi e a da Senhora da Veiga, no dia 8 de setembro, feita na matriz, além da que se faz na sua capela com romagem.

Nesta Vila e neste concelho não há memoria de convento algum.

A propósito da religião e piedade dos Vilanovenses, diz José António d'Almeida: «Em tempo de grandes secas, e quando as searas pedem água, recorrem os habitantes de Foz-Côa, por meio de preces, á Virgem Nossa Senhora para que fertilize seus campos, mandando a desejada chuva.

Raras são as vezes que a Mãe de Deus lhes não acode.

Quando isto, porém, acontece, não tendo mais a quem dirigir-se, juntam-se nove donzelas, que é essencial se chamem Marias, vão em procissão a distância de meio quarto de légua, a um sítio chamado Lameira de Azinhate, (1) e ali voltam de baixo para cima uma grande pia de pedra, que pesará 30 arrobas, se não mais, regressando depois para casa á espera da chuva.

Nesta operação é preciso a maior parte das vezes serem as nove donzelas auxiliadas por braços viris, pois que suas forças não são suficientes para voltar aquela massa enorme.»

Isto ainda hoje se pratica.

Também por ocasião das grandes estiagens costumam conduzir em procissão pelas ruas da Vila a imagem do Senhor dos Passos; outras vezes vão buscar em procissão de penitência á margem do Douro a imagem de Nossa Senhora da Veiga, colocam-na no altar mor da igreja matriz, fazem-lhe preces, ali a conservam até terminar a estiagem e depois a levam outra vez em procissão para a capela.

(1) Local da capela nº 5, de Nossa Senhora do Azinhate ou da Azinhaga, Nossa Senhora do Amparo


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